terça-feira, novembro 03, 2015

Estou cansado de meias-verdades
De meias-palavras, meias-pessoas
Estou cansado de reflexos
Reles projeções do mundo real
Que ofuscam a visão do fundo do mar.

ALCC - 03/11/2015

quarta-feira, outubro 14, 2015

Qual seria o significado da vida?
Que elementos a compõem?
Ela seria tão simples
Como um história infantil?

Seria parar na porta da rua
Sentado na pedra, no banquinho
Ver coisas e pessoas
E às vezes, até ser visto

É sorrir para alegrar
O mesmo que atirar uma escada
Para o quase afogado
De tão simples, imperceptível

É ficar afoito para participar
Em uma mesa de domingo
Reunião de família
Conversa fiada, muitas risadas

Mas é mesmo uma pena
Que isso tudo é uma ilusão
Porque na minha percepção
A vida dificilmente nos convida a sentar.

ALCC - 14/10/2015

segunda-feira, setembro 21, 2015

Pois se tivesse algo a dizer
Seria aos gritos, a plenos pulmões
Uma nova esperança, um novo frenesi
Calor seguido de sorriso

Esperança até nasceu
Pensamentos, previsões
Mas nunca a tão esperada certeza

Continua tudo do mesmo jeito
Só um vento normal
Que começou a soprar mas se cansou
E voltou de onde veio.

ALCC - 21/09/2015

quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Continuando com o simples, pois a morena conhece o amor de cor, mas o seu próprio não é de ninguém, ela sempre está só... Se ela ao menos olhasse para tudo ao seu redor... Mas assim é a morena.

Morena

Mu Chebabi

Vem do outro lado do mar
Ela é quem vem nas ondas do mar
O mar é de quem mergulhar
É o mar que ela quer
O mar para ela é La Mer
Um mar pra morena e a morena de mim o que quer ?
Ela não sabe bem o que quer
Pensa que sabe o que quer
Pensa que sabe o que quer e de cor
O amor ela sabe de cor
Um mar pra morena e a morena o que quer ?

A Morena vai na maré
A Morena quer namorar

Dança na areia pro céu
Ela é de tirar o chapéu
Dança pra lua, pra vida, pro reino do sol
Pra praia, pro beijo de sal
Pra salgar a lágrima do adeus final
Ela não sabe bem se ela vem
Vem, se quiser ela vem
Vem, se vier ela vem e vai só
Eu sempre que vejo está só
O amor da morena não é de ninguém.
Feche os olhos, respire fundo
Sinta o seu movimento interno
Preste atenção, ouça
Cada batida do coração

Sinta cada lampejo de calor
Perceba o fluxo
Permita que o estímulo se mova
Da sola dos seus pés à sua cabeça

Controle esse poder
Movimente-o para todas as partes do corpo
Amplifique sua percepção
Torne-se realmente um

Agora externalize
Crie uma conexão
Sinta seu elemento
Tocando-lhe na ponta dos dedos

Seja o vento que sopra baixinho
Ou a terra com sua estabilidade
O impulso do fogo ou a paciência da água

Traga-o para dentro de si
Torne-o seu melhor amigo
Amplie a sua visão de mundo
E alcance o universo do sonhar.

ALCC - 26/02/2015
Oh, pai
Que me fizeste tão sensível
Tão quebradiço
Isole-me do mundo

Peço-te que torne-me invisível
Apague o meu brilho
Torne-me uma estrela solitária
No meio de uma galáxia vazia

Que as minhas lágrimas sequem
E os pensamentos se esvaiam
Para que as dores não me alcancem
E perfurem meu peito
Transformando-me em um ser neutro
Nem feliz, nem triste.

Cale-me
Permita que eu viva no mais profundo silêncio
Transformando-me em um ser neutro
Desprovido de tristeza ou alegria.

ALCC - 22/04/2014
Sou um lapidador de diamantes
Com minha batéia na beira do rio
Procurando as peças mais valiosas
Aquelas que mudam uma vida

Muitas delas já foram encontradas
Outras nem querem ser
Algumas vieram e já foram
E outras me chamam para o mar

É preciso cuidado
Ao utilizar a pedra escolhida
Por maior que seja seu zelo e cuidado
Outro corpo ela pode preferir adornar.

ALCC - 19/06/2014
Desapareça
Transforme-se em um vulto
Aceite o frio e a solidão
Desconecte-se do mundo

Seja nada
Apenas viva, sem esperança
Guarde a dor o mais fundo que puder
E continue o caminho até o tempo acabar

Torne-se a própria tristeza
E não terá nem ao menos a capacidade de chorar
Ela passeará pela minha mente e coração
Sem nunca desaparecer.

ALCC - 09/06/2014

domingo, junho 01, 2014

Um homem do todo
Das artes, do exato
Que calcula, que sente
Que chora, que observa

Que de tantas crenças, desacreditou-se
Desmontou todo o mundo
Caiu em um vendaval de emoções
E usou o frio como desculpa

Que só, cada vez mais só
Vê o tempo acabar
O tempo do todo ou o tempo do uno?
O exato tempo do sonhar.

André Luiz Costa de Carvalho - 01/05/2014

segunda-feira, fevereiro 17, 2014

Gabriela
Com cheiro de cravo e cor de canela
De tão bela cativa a todos
Com seu jeitinho bonito de ser

É iluminada, alegre morena
Não só pela sua beleza
Mas pela forma que pensas

Você me lembra o mestre Caeiro
Na sua poesia simples
Focada nas pequenas coisas
Da mesma maneira é o seu jeito de ser

É somente Gabriela
Com vestido de chita e chinelo de dedo
Sem ilusões de moralidade
Ou devaneios de riqueza

De grande coração
E sentimentos intensos
Mas de conversa gingada
E ar de moleca

É a frente do seu tempo
Talvez até de hoje
Autêntica, verdadeira
Nascida assim, pra ser livre

É menina, é mulher
Melhor dos dois mundos
É mulher, é mestra
É menina, é pequena princesa.

Seu presente é um sorriso
E talvez até uma estrela
Todos te amam, Gabriela
Por quererem parte de sua luz

Gabriela
Com cheiro de cravo e cor de canela
É dona do tempo
E dos corações...

André Luiz Costa de Carvalho - 17/02/2014
Devaneio

A solução final dos marginalizados
É uma via cruel
Entre manter sua posição com força
Ou simplesmente aceitar a correnteza

Você seria capaz de obliterar o medo?
Desconstruir toda a realidade a sua volta?
Tornar a sua vida realmente sua?
Quanto de esperança você ainda tem?

E se não enxergássemos com os olhos?
E compartilhássemos os pensamentos
Talvez realmente saberíamos
Que somos bem mais do que acreditamos ser

Será que falta atitude?
Para mim falta reciprocidade
Menos receio, mais luz
Com conforto, a atitude floresce

Tarefa árdua essa de ser autêntico
Pelo menos havemos de tentar
A aquele não tão abençoado
Resta ao menos ser educado.

André Luiz Costa de Carvalho - 17/02/2014
Imagem na areia

Quão doce é um pensamento?
Intenso quando focado em você
Seu sorriso tímido, seu jeito certinho
Alguém de valor

Sempre a vejo pelos cantos
Carregando seus livros, fazendo anotações
Em grande concentração
Não visualizando qualquer presença à sua volta

Imagino o movimento de seu corpo
Ao som da sua música, sua definição
Elevando seu espírito a grandes alturas
Tornando-se uma com toda essa realidade

Uma alma forjada em alegria
Ao som do céu e do mar
Ao longe, detrás da montanha
Somente a brilhar...

André Luiz Costa de Carvalho - 17/02/2014

segunda-feira, dezembro 23, 2013

Pensamento

O poeta é realmente um fingidor
Por engordar suas batalhas
Iluminar amores não existentes
E reviver todos os seus fantasmas

Ele cria um mundo à parte
Onde encaixa as suas peças soltas
Tenta encontrar sentido
Em uma existência caótica

Mas sua dissimulação tem razões
Ninguém vê como ele
Ou sente igualmente

Ele vê fagulhas de luz no breu
E sente o calor de corações gelados
Arremessa suas mãos a quilômetros de distância
Só pra tentar alcançar uma gota de felicidade...

André Luiz Costa de Carvalho - 23/12/2013
Ode viles

Venham a mim, caros desapontados
Feridos, ignorados
Representantes de uma espécie invisível
Acostumados a pequenas euforias

Ainda somos tão jovens
Adentrando em um caminho tão escuro
Marcado por tanta tristeza
Cercado de ódio e desconfiança

Desviem-se desse caminho
Posição nada valorosa
Não condizente com suas entranhas
Que anunciam eternamente o errado

Permitam a manifestação da esperança
Pois vocês são os guerreiros escolhidos
Para carregar no peito
A verdadeira essência humana

Nada é em vão
A natureza lembrará de seus feitos
A realidade reconhecerá sua existência
Assim como eu.

André Luiz Costa de Carvalho - 23/12/2013