domingo, janeiro 31, 2010

Sentimento dolorido

Do que adianta ser nobre
Se isso não tem valor?
De que adianta ser honesto
Se me transforma em joguete dos outros

Solidão, minha eterna companheira
Sabe de que eu sinto falta
E da dificuldade que tenho
Em preencher espaços vazios

Será que devo passar por uma mudança?
Seria esse o melhor remédio?
Deveria sobrepor meus princípios
Para conquistar o que realmente quero?

O que eu realmente quero?
será que sei?
Minha vida está cercada de sombras e dúvidas
Que insistem em dificultar minha caminhada

Sei que a vida é curtíssima
Pequena como um passo
Mas complexa como nossos átomos
E difícil de se lidar

Não sei o que pensar
Nem o que fazer
Continuo com minhas convicções e anseios
Ou me torno trivial como os outros?

André Luiz Costa de Carvalho 31/10/2010
A semente

A semente foi plantada
Todas as correntes que ainda existiam se soltaram
Os olhos brilharam mais intensamente
Os sorrisos se cruzaram no ar

O som se tornou mais intenso...
as vozes, em coro, anunciavam o inevitável
O fim do controle
O fim da repressão

A dor sumiu, dando lugar a felicidade
A solidão deu lugar ao calor
A fome do espírito foi amenizada
A alegria preencheu o lugar

Uma só voz
Um só espirito
Um só ser
Um só grito: liberdade!

André Luiz Costa de Carvalho 31/01/2010
(Escrito em homenagem ao Ézio)

segunda-feira, janeiro 25, 2010

"Atrás de cada raio de sol
Existe uma nuvem de trevas
Acima do vento uivante
Existe o vácuo, o vazio
O ilusionista esmaecendo em sua névoa
Escondendo sua verdadeira intenção...

Sua respiração lenta e profunda
Levemente expõe seu segredo
Seu medo
Sua verdadeira vontade...

Dividido entre dois mundos
Sem saber o que escolher
Caminhando sem tempo, anônimo
Solitário em direção às estrelas...

André Luiz Costa de Cavalho - 07/06/2009
Eu sou um muro.
Alto, pesado e forte
E de tão inabalável
Recebo trombadas de pessoas
E nem ao menos chego a balançar

As pessoas tentam me alcançar
Utilizam todo seu tempo e força
Mas eu nem ao menos as sinto
Apenas as machuco repelindo suas investidas

Mas agora o interior do muro está se remoendo
Dor e solidão entre seus tijolos
Tristeza servindo de argamassa
Mas mesmo assim ele continua como antes

Por que ser assim?
Por que machucar as pessoas
Que tentam alcançar esse interior?
Preencher essas lacunas com melhores sentimentos...

Mas continuo alto, invencível
Sem reclinar nem um grau
Somente esperando
Meu interior me consumir por completo...

André Luiz Costa de Carvalho
16/03/2009