sábado, novembro 26, 2011

Possuidora de uma doçura infinita
De um olhar simples, gentil
De coração caloroso e acolhedor
Assim ela é

Por um tempo esquecida
Perdida em afazeres triviais
Anulando sua vontade
Questionando seu valor

Hoje redescoberta
Busca mais do que tem
Tenta ir além de seu pequeno cosmo
Buscando conhecer novas galáxias

Não uma menina, uma mulher
Determinada, dona de si
Uma linda e singela flor
Só precisando de um pouquinho de atenção...

André Luiz Costa de Carvalho - 25/11/2011

(Para Silvia)

quinta-feira, novembro 24, 2011

Revolta dos Materiais

A nova carne é de plástico
Permeando o vivo
Resguardando o delicado
Isolando o externo

Os corações, feitos de pedra
Sem calor, nem conforto
Só seguindo o script
Para não trincar

As vontades, folhas de papel
Mudando de lado com o vento
Sem valor, nem histórico
Simplesmente imediato

O sorriso, apagado
Como uma lanterna sem pilhas
Não cativa, não atrai
Mero formalismo

Os olhos, somente vidro amorfo
Somente refletindo, nunca projetando
Blindagem contra invasores
Da Terra Santa pessoal
 
Os princípios, inexistentes
Ora, pra quê?
É exigir demais
Querer ser único...

André Luiz Costa de Carvalho - 24/11/2011
Eis a vida
Inevitável, dolorosa
Magnâmima em relação aos seus elementos
Em um nível de complexidade inalcançável

Alegria para uns, tristeza para outros
Valores que se intercambiam indefinidamente
Conduzindo alguns a completude sublime
Enquanto outros a plena ruína

A vida é dura
Sobretudo aos orgulhosos
levando a descobrir o que realmente tem valor
O que realmente importa

Ignorando dor, sofrimento
Se concentrando no aprendizado
Mas dando leves momentos de fuga
Para uma euforia fulgaz...

André Luiz Costa de Carvalho - 24/11/2011

segunda-feira, novembro 07, 2011

O caminho não escolhido

Num bosque amarelo dois caminhos se separavam,
E lamentando não poder seguir os dois
E sendo apenas um viajante, fiquei muito tempo parado
E olhei pra um deles tão distante quanto pude
Até que se perdia na mata;

Então segui o outro, como sendo mais merecedor.
E vendo talvez melhor direito.
Porque coberto de mato e querendo uso
Embora os que passaram por lá
Os tenham percorrido de igual forma,
E ambos ficaram essa manhã
Com folhas que passo nenhum pisou.

Oh, guardei o primeiro para outro dia!
Embora sabendo como um caminho leva pra longe,
Duvidasse que algum dia voltasse novamente.

Direi isso suspirando
Em algum lugar, daqui a muito e muito tempo:
Dois caminhos se separaram em um bosque e eu...

Eu escolhi o menos percorrido
E isso fez toda a diferença.

Robert Frost, 1916